S. Tiago

História do Caminho de S. Tiago:

A Península Ibérica formaria parte, segundo determinados textos antigos, das terras nas quais o Apóstolo S. Tiago pregou o Cristianismo.

Após a sua Morte, pot volta do ano 44 d.C., os seus discípulos segundo a tradição, transladaram o seu corpo numa Barca até à Galiza, uma das terras do noroeste Peninsular, a par de outras no Norte Português, onde S. Tiago pregou.

Os tempos difíceis dos primeiros anos de Cristianismo e o despovoamento de grande parte do norte Peninsular teriam levado ao esquecimento do lugar do sepulcro. Por volta do ano 820 d.C. são descobertos uns restos que as autoridades Eclesiásticas e Civis consideram como sendo de Santiago o Maior.

Sucede isto num perdido bosque Galego e o acontecimento daria lugar ao nascimento da actual cidade de Santiago de Compostela.

Convertida na atractiva meta da Peregrinação que levava ao sepulcro do Apóstolo de Cristo, a Santiago de Compostela chegarão, ao longo dos Séculos Peregrinos de todas as precedências e pelos mais diversos itinerários:


                      Fonte do Mapa: Consumer Caminho de Santiago


Itinerários de Peregrinações a Santiago de Compostela:

Devido à grande diversidade de procedências dos Peregrinos, vão definir-se sobre solo Galego seis itinerários principais de chegada de toda a Europa:

O Itinerário de maior importância é o Caminho Francês, porque por ele passavam os Peregrinos que entravam em Espanha pelos Pirinéus, na Galiza a entrada é efectuado no alto de O Cebreiro.

Existem no entanto outros cinco Itinerários que possuem um lugar de destaque na história das Peregrinações, sendo de destacar:



Caminho Português Central, vindo de Valença-Tui até Santiago.

A peregrinação a S. Tiago a partir de Portugal, ainda que presumivelmente já existesse na época da Alta Idade Média, intesifica-se a partir da Independência em meados do século XII.

Desde então, o culto a São Tiago e a Peregrinação a Compostela, considerada como uma das marcas da identidade Europeia, tiverem em terras Lusitanas uma projecção muito importante.

Durante Séculos, o povo Português contribuiu para esta experiência colectiva com altos níveis de participação, sempre apoiado com singular fortuna pelo exemplo de Reis como a Rainha Santa Isabel, Nobres e Altos Clérigos.

Basta recordar que a maior parte da rede viária em Portugal foi testemunha desde o Sec. XII até aos nossos dias, do caminhar de diversos Peregrinos originários de diversos núcleos populacionais do País: Lisboa, Santarém, Tomar, Coimbra, Porto, Braga no litoral e Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Trancoso, Lamego, Vila Real e Chaves no Interior até à meta em Santiago de Compostela.

As suas motivações eram primodialmente religiosas, no entanto graças a este denso e secular fluxo de pessoas que povoaram os Caminhos, criados entre Portugal e a Galiza, estabeleceram-se laços de intercâmbio cultural, económico e de pensamento.

Caminho do Sudeste, Via da Prata, Caminho Português do Interior, vindo de Pinhel, Trancoso, Guarda e Figueira de Castelo Rodrigo, entre outras terras do noroeste Beirão, os Peregrinos Portugueses seguiam uma rota que os levava pelo Santuário de Nossa Senhora da Lapa, padroeira das Beiras, Lamego, Vila Real, Chaves, e já na Galiza por Verín, onde encontravam os Peregrinos da rota Sanabreza da Via da Prata, que partindo de Sevilha, passa por Mérida, Cáceres, Salamanca e Zamora e se encontra em Verín com a rota Portuguesa, seuindo depois por Ourense até Santiago.

Caminho Inglês, vindos de barco até Ferrol e Corunha, os Peregrinos dirigiam-se a Santiago em direcção a Sul.

Caminho do Norte, que entra na Galiza por Ribadeo e Mondoñedo, vindo sempre junto à Costa Cantábrica desde o Golfo da Biscaia.

Caminho Primitivo, vindo das Astúrias, constitui o Itinerário mais antigo a Santiago, passando por Lugo.



      Mapa Ibérico Físico pela Associação Espanhola de Associações de Amigos do Caminho de S. Tiago